vista grossa

Mantêr o olho bem aberto observando todos os acontecimentos e discernir o que é de fato errado ou não. Trabalho difícil, árduo e não exercido. Agora, você me perguntar o por quê e eu na minha mera visão não consigo te responder. São coisas que acontecem e muitas vezes na face frontal das pessoas, mas são completamente ignoradas, como se passasse tão rápido sem tempo do nervo óptico enviar suas mensagens ao cérebro. É realmente uma pena.

Olha por aí é simplesmente se desgastar. Se você tem lá seus 60 anos, e viveu em uma época conturbada, com uma ditadura no Brasil e uma guerra mundial tem uma visã odiferente das coisas, e se olha para o mundo de hoje, pensa que com certeza a sua época era melhor. Se você tem 40 anos, você está se adequando ao mundo de hoje, mas mesmo assim, suas visões, perspectivas e convicções não estão nessa geração, e sim na época em que você ouvia creedence ou dançava nos bailes ao som da velha-guarda, esse era seu mundo. Com 20, aí sim o mundo tem um aspecto de "casa". A Linguagem é o "internétês", e não vejo nada de ruim disso - até porque é a minha faie etária - mas pode-se perceber como as visões se distorcem mais nesse grupo. Tatuagens, piercings, roupas coladas, cabelos diferentes, coisas que para as outras gerações eram fora de cogitação, hoje são normais. 

Olhar por aí, e se sentir bem, é praticamente o slogan da sociedade. Mostrar que você tem impacto visual, por fora. E quem é que te encherga como você é por dentro?

special superpowers

Começa com uma fraqueza a algo, alguma coisa que limita e corta sensações. Passa mais tarde a ter um papel importante e a coordenar várias atitudes. Denomina-se por tornar algo extremamente fantástico, exagerado e diferente. Posso não ter superpoderes, mas não é preciso algo assim para mudar alguma coisa, ou tudo.

É apenas uma base - e sempre será - para algo que no decorrer adquirimos, a consciência. Desde criança nos é ensinado várias e várias coisas, desde o "certo e errado" até o que é "bom ou ruim", e isso não se aplica apenas a nossa infância. Hoje, nesse exato momento, sua vida (e consciência) está sendo atacada por este texto. Pode parecer hilário, mas toda informação nos influencia de maneira positiva e negativa, e talvez isso não seja um assunto abordável - até porque levaria a uma discussão gigantesca. Fácil é, falar coisas complicadas e esperar pelo resultado delas, o difícil é entender que muito além de ações gerarem reações, existe um processo para que tudo isso ocorra, desde a ação, até a reação, e esse caminho pode modificar tudo. Uma pedra em algum lugar errrado, um escorregão ou qualquer coisa banal modifica tudo. è a Teoria do Caos, o que faz muito sentido.

A vida é simplesmente uma jornada de lógica em que as probabilidades são tamanhas possíveis que cada grão de areia existente é um universo de possibilidades. Manjou o tamanho? É, essas coisas tem que ser exageradas para se entender, afinal, não existe só um caminho correto para se viver, uma coisa certa para acontecer, um erro totamente errado de se cometer. Tudo varia, erros viram acertos, sermões palavras vagas, e tudo que vai sobrar depois que se findar é a nossa essência. Aquilo pelo qual nos fizemos ser sentidos e tivemos influencia sobre. Isso sim eu chamo de superpoder. Não voar, esmagar, atirar carros, soltar teias, ser ultra-inteligente. Se você não tivér alguém que sinta sua falta ou falta daquilo que você fez, sua existência foi vazia. E essa foi sua maior fraqueza.

o triunfante retorno de stuart rigby

Simplesmente não se aguentou de saudades de casa. Colocou seu violão nas costas e procurou a rodoviária mais proxima. Estava longe demais de sua terra natal, de seus amigos e família. Aprendera muitas coisas no tempo que passou longe e só. Seu violão já não era mais solitário e com som disforme, se tornára muito bom na arte de entreter, tinha transformado isso no seu ganha-pão. Foi forçado a isso. Antes se perguntava "por que gastei todo meu dinheiro em porcarias?" e agora sabe que não precisava de muito para ser feliz. Hoje é que sente saudades das coisas que deixou para traz, mas não se arrepende, e nem deve. Se um dia isso acontecer, tenha certeza de que a vida chegará a um fim para ele, pois se lançou atraz de um sonho, foi galgando passos em meio a escuridão procurando por aquilo que achava ser uma maneira digna de se viver. E algo a mais, claro. Não era tratado melhor que um mendigo, mas diferente de um desses, sempre estava bem vestido e com algum dinheiro ao bolso. Demorou a aprender que as pessoas tem diferentes corações, mas uma vez que aprendeu isto, se tornou um ás na arte de anteceder suas intenções. Conheceu mulheres, muitas por sinal, como todo rapaz com os hormônios à flor-da-pele. Se deixou levar por seus instintos. Teve um caso sério aqui ou ali, certa vez quase se casou, mas lembrou-se da mãe que teve destino parecido, pensou não ser uma boa idéia e retirou-se do compromisso. Isso lhe rendera algumas cicatrizes, porém o caminho continuava à sua frente. Eis um ser que arriscou, e errou, muito. Um retorno para sua terra não tira a experiência que adquiriu. Talvez seja um retorno temporário. Sente saudades das tortas salgadas que a mãe fazia e de brincar com a irmã mais nova, que agora não deve ter mais idade para brincar. A espera na rodoviária é longa, porém seu ofício o chama, e seu violão não se aquieta. Eis um ser que arriscou, e acertou, muito. Não só pelas localidades onde esteve, mas pelos feitos que realizou. Uma coleção deles é muito boa. A outra parte dessa coleção não se precisa relatar. Tenho uma pequena inveja dele. Por fim o ônibus, e com ele longas horas até seu trajeto. Poltrona número dez, ele vai e senta-se, ao olhar para o seu lado constata que finalmente chegou o fim de sua viagem. Sente o frio do seu estômago desaparecer. As borboletas começam a sair de seus casúlos e seu estômago aparenta uma tarde de primavera com milhares de botões desabroxando. Eis que com apenas um olhar naquele par de olhos verdes, e ele passa a ter certeza. Certeza absoluta de que sua estrada pela escuridão chegou ao fim. Que encontrou a luz que procurava. Que seu retorno não será apenas um retorno, mas um recomeço. O momento em que conheceu a futura Senhora Rigby. Seu maior triunfo.

será?

Perguntas movem nossa sociedade, e não só a sociedade mas sim nossa espécie. Por mais que achemos respostas, sempre teremos mais e mais perguntas para tudo o que se encontrar. Um exemplo muito marcante disso tudo é a própria matemática, dor de cabeça para alguns, divindade para outros. Não sei dizer quando o simples calculo "dois mais dois" se tornou tão complexo e difuso a partir de algumas fórmulas empregadas por outros que se perguntaram "por que o resultado é sempre quatro?". 

Não acho errado pensar desta forma, aliás, acho muito mais do que correto, eu mesmo o faço. Dialogar e debater opiniões, formar teorias e até mesmo leis (por que não?). Descobrir a certeza que há nas coisas provando tudo através de uma incerteza se torna a essência do ser humano. Uma busca incessante pelo conhecimento, o que se torna prazeroso e de certo ponto, divino.

Atitudes, menções, vínculos, tudo pode ser estabelecido do pressuposto de que algo é incerto. Porém, sempre há alguns dispostos a se aventurar num oceano de probabilidades e dados incertos para buscar uma certeza - talvez imaginária, talvez concreta - de que as coisas podem ser provadas.

"Ser ou não ser?" frase célebre em que Hamlet nos deixa num vácuo imenso para raciocinar. o que será "ser"? como seria "não ser"? como posso "ser"? o que nos leva a "não ser"? Combustíveis para um mundo em que se busca respostas acima de outras tantas coisas. Creio que isso nos leva ao lado da religião também, o que não tenho a menor intenção de expôr aqui, minhas crenças estão firmemente fixadas. A razão é algo que fica muito bem utilizada dentro de nossas mentes, fora delas se torna filosofia. Isso sim gera dores de cabeça imensas.

Por fim, poderemos algum dia responder todas as nossas perguntas? será?

Finais de semana aleatórios

Sabe quando você tenta programar algo em sua mente, e no final acaba ocorrendo tudo que você não esperava acontecer e ainda mais coisas? Pois então, é de momentos assim que a vida e feita, uma certa inconstância em certas programações é o que gera nossas estradas. Encontrar com alguém que não vê a tempos ou até mesmo apartar brigase falar com a polícia podem ser acontecimentos marcantes. Até mesmo um simples filme pode deixar rastros em nossa memória pro resto da vida. Incidentes inesperados nos marcam mais justamente pel oexcesso de incostância nesses acontecimentos. Finais de semana aleatórios, talvez uma forma de viver para quem segue sempre a mesma rotina a semana toda. Temos aquilo que começa na sexta e termina no domingo, o que fazer além de aproveitar da melhor forma possível?

Tear

Existiu uma vez alguém que dissesse que as marcas deixadas para traz servem apenas para se chegar aonde quem as deixou está no momento, mas esqueceu de mencionar o que cada uma dessas marcas representa. Como um tear que vai tecendo infinitos fios e juntando toda a tapeçaria. Pegadas de nossas vidas são deixadas a parte. Se olhadas individualmente podem contêr histórias para uma vida ou de toda uma. Certa vez esta mesma pessoa deixou uma marca muito curiosa para traz. Se analisada do lado lógico, foi uma burrada com certeza irreversível, mas como sempre, ha mais do que os olhos podem ver e as cores vívidaz que se assemelham. Vida e Morte se entrelaçam numa dança sarcástica e irônica que passa por todos nós como um vendaval, levantando nossa tapeçaria e por vezes manchando o que é bonito. Tranformamos em conveniente aquilo que nós é favorável. Tudo questão de interpretação, para uns uma coisa pode ser ruim, para outros benéfica, e assim as linhas se unem, transformando as belas marcas de nossas vidas em lindos tapetes expostos em paredes. Talvez os persas pensassem dessa forma, pois não vejo que graça teria expôr tapetes em paredes. Sendo cada tapeçaria peças intransmutáveis de nossa existência, nos dirigiriamos a uma vasta sala onde a lenta dança da Vida e da Morte tem sua sequência. Por entre várias vitrines podemos observar, porém nunca tocar. Belas tapeçarias moldadas de apenas um momento. Artefatos raríssimos que se unidos se estenderão por toda uma eternidade. E quando a dança se finda, a Vida se cansa e a Morte se exalta, percebemos que o que foi deixado para traz, quase como um legado, são belos caminhos, tecidos de cores quentes e frias, por onde trilharam vários pés, que se tornaram fios desta linda tapeçaria marcada de paços alheios.

Tic

Dez horas da manhã. Olho para o radio-despertador e penso "como será que está o dia?" Lá fora está um tempo nublado com vento, tendências para chuva forte. Levanto, coloca  água para esquentar em uma chaleira, e vou para o meu banho. Aproveito para fazer a barba e logo me arrependo depois de cinco cortes no meu rosto. Após o banho a água já está fervida e preparo meu café. Pode ser um dia como qualquer outro, porém não vejo garça nele. Onze e meia, resolvo colocar uma roupa, não se pode ficar em casa nú o tempo todo. Sento e enfim, me vem a inspiração (e com ela, a chuva). Começo a escrever mais um monólogo, triste, sem graça e irritante. è o que diz minha percepção. Nada diferente de todos os outros. Até que me encontro escrevendo a trigésima oitava folha do que poderia ser considerada uma "história romântica". Treze e trinta. O estômago ronca, mas não de fome, e sim de repulsa. Repulsa pela escrita infâme que demorei horas para colocar no papel. Horas preciosas que poderiam ser melhor aproveitadas. Releio o que escrevi e quanto mais me adentro, mais parece que não fui eu quem escreveu tudo aquilo. Foi então que me dei conta de que o sol brilhava lá fora. Não seria normal escrever coisas desse cunho em meio a um dia nublado, frio e tempestuoso. Palavras que, mais uma vez, não podem ser reutilizadas. Bem, ao menos tentei. Mais uma vez. Quinze horas e vinte minutos, hora do almoço. Minha vida desregrada trouxe certos privilégios. Por exemplo, nunca preciso fazer muita comida e sempre tenho algo prático na mão. Não que eu tenha preguiça de cozinhar. Pelo contrário, eu amo isso. Mas tem hora que bate as preguiça, como agora. Ao comer me volta tudo na mente. Rapazes, garotas, relacionamentos e desavenças, tudo que no papel estava agora se passa em minha mente. Tenho medo de voltar para o que seria uma profissão de final de semana e acabar escrevendo uma coisa banal daquelas que se lê mas não se interpreta. Dezesseis horas e quarenta minutos. Me vigio para não pensar bobagens. Dezessete horas e dez minutos. Perco a linha de raciocínio. Dezessete horas e cinquenta minutos. Simplesmente não consigo mais me controlar. Dezoito horas e vinte minutos. Enfim, resolvo "descansar". Minha mente já não suporta a escrita que acabo de retirar dos confins de minhas crenças. Algo relapso que não estava por entre minhas entranhas. E agora está ali, vivo no papel. Dezenove horas, e estou exausto. Exauri todas minhas forças na vã tentativa de não pensar. Mas por fim veio tudo isto me atormentar. Me adeito sobre a mesa e deixo que todos estes papéis me selem. Por fim tenho algo escrito, do começo ao fim. Queria algo que fosse algo prestável. Um ensaio de talvez cem folhas, porém não tudo isso. Passagens seriam citadas, mas eu não gastaria o seu tempo com isso. Perdido no tempo, no espaço e no clima. Sou interrompido pelo barulho incessante do radio-despertador. Sete horas da manhã. Me esqueço de tudo. Afinal um sonho. Sonhei, e como de costume me qesqueci. Sete e dez. Começo minha rotina diária como um relógio faz tic-tac. Tic-tac. Tic-tac. Tic-tac. Tic-tac.

A eterna sina da humanidade.

Creio que não exista ser humano algum em lugar algum que já não tivesse sonhado com um vôo matinal sobre quaisquer colinas verdejantes. Sentir o vento em seu rosto a rodear todo o seu ser. Como se não houvesse nada acima nem abaixo e muito menos aos lados, os pontos cardeais se perderiam e isso traria uma sensação de liberdade imensa. Passear por entre nuvens, avistar de longe tudo aquilo que se exalta, e chamamos de cidade. Suas casas, prédios, ruas, estradas, avenidade, parques, hospitais, escolas, todas encrustadas no chão, presas a uma força que não largará nossos corpos nem mesmo em morte. Gostaria de sonhar realidades sobre um vôo pleno em um dia ensolarado em que a gravidade fosse uma palavra longínqua sem forma nem definição. Mas nasci com os pés no chão, e como todo ser humano, me foi revogado tal direito de sonhar tão alto assim.

It starts!

Começando essa vida louca de "blogueiro" - ou seja lá como se escreve isto - e percebo que na real, não sei como começar. Só pra dizer mesmo isto é um começo" e como sempre, viajar é alei, a ordem natural das coisas, então não espero escrever coisas com sentido, que aliás, não fazem sentido algum na maior parte das vezes. Perco tempo e mesmo assim espero aproveitar tudo isso. See Ya!