Tear

Existiu uma vez alguém que dissesse que as marcas deixadas para traz servem apenas para se chegar aonde quem as deixou está no momento, mas esqueceu de mencionar o que cada uma dessas marcas representa. Como um tear que vai tecendo infinitos fios e juntando toda a tapeçaria. Pegadas de nossas vidas são deixadas a parte. Se olhadas individualmente podem contêr histórias para uma vida ou de toda uma. Certa vez esta mesma pessoa deixou uma marca muito curiosa para traz. Se analisada do lado lógico, foi uma burrada com certeza irreversível, mas como sempre, ha mais do que os olhos podem ver e as cores vívidaz que se assemelham. Vida e Morte se entrelaçam numa dança sarcástica e irônica que passa por todos nós como um vendaval, levantando nossa tapeçaria e por vezes manchando o que é bonito. Tranformamos em conveniente aquilo que nós é favorável. Tudo questão de interpretação, para uns uma coisa pode ser ruim, para outros benéfica, e assim as linhas se unem, transformando as belas marcas de nossas vidas em lindos tapetes expostos em paredes. Talvez os persas pensassem dessa forma, pois não vejo que graça teria expôr tapetes em paredes. Sendo cada tapeçaria peças intransmutáveis de nossa existência, nos dirigiriamos a uma vasta sala onde a lenta dança da Vida e da Morte tem sua sequência. Por entre várias vitrines podemos observar, porém nunca tocar. Belas tapeçarias moldadas de apenas um momento. Artefatos raríssimos que se unidos se estenderão por toda uma eternidade. E quando a dança se finda, a Vida se cansa e a Morte se exalta, percebemos que o que foi deixado para traz, quase como um legado, são belos caminhos, tecidos de cores quentes e frias, por onde trilharam vários pés, que se tornaram fios desta linda tapeçaria marcada de paços alheios.

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