Prólogo: Palavras, concretos de um fim.

Começou como qualquer outra coisa, naquela manhã não tinha nada em mente, só o que viria a fazer na tarde. E como sempre, não era lá muita coisa que viria a fazer. Sabe como é, vida fácil tranquilidade, nenhuma exigência. Pessoas simples andam pelos próprios caminhos sem se preocupar com o desfecho de tudo. Mas aquele era um desfecho que me importava, mas não durante a manhã. Eu olhava pela janela e contemplava comigo o lago que sempre esteve lá e por muitas outras gerações estaria. Estava lá o que eu queria avistar, mas eu olhava sem ver, com os olhos fixos em um ponto e o pensamento lá longe, em outras coisas e situações.

O tempo se esvai e quando menos se vê é a hora de começar a peleja, como sempre dizem, se você fica parado vê tudo correr em sua volta, mas não faz nada para mudar, e naquele dia estava pronto a fazer as coisas tomarem rumo. Nunca fui muito bom no que eu estava indo fazer, mas era a última vez, a última chance. Talvez tenha sido informação demais pra mim saber de tudo o que haveria de saber, por fim nunca saberei com alguma certeza. Me faltará sempre o instinto para discernir aquele olhar, de odio se não repulsa, porém viçoso e certeiro, pentrante como as palavras que pensava vir a pronunciar. Nada além do comum, palavras fortes sempre vieram à minha boca quando foram necessitadas, enfim, tudo iria ter um fim, não o desejado, porém um fim.

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